À beira do rio da Prata fez da sua posição o motivo de cobiça para muitos forasteiros. Começou quando foi fundada por portugueses, em 1680, com o intuito de fazer frente à colônia espanhola, mais precisamente Buenos Aires, localizada na outra margem do rio.
Diz-se que a pirataria e o contrabando fez a cidade prosperar. Invadida e saqueada algumas vezes, acabou, após diversas batalhas entre as duas nações, por pertencer definitivamente aos espanhóis, em 1778. Hoje é a cidade mas antiga do Uruguai e Patrimônio da Humanidade desde 1995.
Eu cheguei a pequena Colônia após uma hora de viagem atravessando o rio da Prata a partir de Buenos Aires. No Porto, adquiri alguns pesos uruguaios e optei por comprar um tour do Buquebus, onde em uma hora determinada, pegaria o ônibus turístico na parada 1. Mas antes disso, passei no terminal rodoviário (a poucos metros do porto) e comprei a passagem para, na manhã seguinte, continuar até Montevidéu.
Do terminal segui a pé até onde ficaria hospedada. Fiz o check in e me dirigi para a Parada inicial, às margens do rio da Prata, onde aguardei por vários minutos o ônibus turístico, que faz 10 paradas no percurso pela orla do rio. Utilizei duas, a do shopping center, onde fui almoçar (uma péssima, cara e única opção) e a penúltima, onde havia um espaço com lojinhas de artesanato.
Preferi não descer nas outras paradas, pois não vi qualquer atração que valesse a pena deixar o ar refrigerado para o escaldante ar livre de fora. Fotogênicas paisagens das praias de rio, uma antiga praça de touros e mais praias de rio, enfim tudo que vi foi possível fotografar sem ter que sair do ônibus.
Do local onde terminei o trajeto, segui a pé até o hostel. No final da tarde retornei à Parada 1 (próximo ao hostel), para fazer o passeio guiado pelo Centro Histórico, que o bilhete do ônibus turístico dava direito.
Após reunir o grupo, a guia nos conduziu, travessando a Puerta de la Ciudadela, onde já deixamos para trás a Colônia dos tempos atuais. O pequeno arco está incrustado nas ruínas da antiga muralha de 1745.
Dali, por ruas com calçamento de pedras, ladeadas por casas coloniais, portuguesas e espanholas, algumas já descaracterizadas, fomos acompanhando a guia, que não mostrava muita boa vontade no que estava fazendo. O tour foi curto. Não, Não Vale a pena comprar esse tour. É caro para o que se propõe a oferecer! Você pode fazer tudo isso por conta própria. O Centro Histórico é pequeno e é o que tem realmente interesse. Apesar de que, na minha opinião, para quem conhece as Cidades Históricas de Minas Gerais, Colônia do Sacramento é até dispensável.
Portanto quem estiver em Buenos Aires e queira fazer um bate-e-volta, recomendo que analise bem se vale a pena ir até Colônia do Sacramento, fazer a travessia do rio e enfrentar as duas imigrações. Sinceramente, não vale, para mim. A não ser que faça essa visita como uma continuação de viagem de Buenos Aires para o Uruguai. Mas só se tiver interesse em ver a pequena cidade histórica e mesmo assim, não faça como eu fiz: Não há necessidade de dormir por lá. Desembarque, compre sua passagem de ônibus no terminal (onde pode deixar sua bagagem), se não estiver de carro, dirija-se para o Centro Histórico, faça sua visita e continue sua viagem para Montevidéu. Essa sim, vale a pena ficar pelo menos uns dois dias.
O que vi no Centro Histórico
- A Calle de los Suspiros a mais famosa rua, toda em pedra e onde estão algumas das casas mais antigas.
- Segmento da muralha, reconstruído a partir das pedras da antiga, que fez parte da fortificação levantada no sáculo 17 pelos portugueses.
- Farol de Colônia, levantado na segunda metade do século 19, em meio as ruínas do Convento de São Francisco, construído no século 17.
- A Igreja do Santíssimo Sacramento, Igreja Matriz, do final do século 17, a mais antiga do Uruguai. Porém foi destruída e reconstruída várias vezes ao longo dos séculos. Atualmente já está bem descaracterizada.
- Pelas ruelas de pedra encontrei: carros antigos, lamparinas, placas de rua em azulejo, casas antigas conservadas e outras nem tanto.
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