Um dos principais motivos que me despertaram o interesse em conhecer Bogotá foi, sem dúvida, o Museo del Oro. Ali se tem a oportunidade de conhecer a história da metalurgia nas sociedades pré-hispânicas que se desenvolveram no território da atual Colômbia.
O acervo é um luxo. Distribuído em espaços muito bem organizados e de forma didática, nos faz deleitar durante os momentos em que conhecemos um pouco mais sobre as diversas civilizações que viveram há mais de 4.000 anos ao longo do território que hoje faz parte da Colômbia. E foram muitas: Narino, Tumaco, Calima, Muísca, Tolima, Tairona, Zenú, Caúca, entre outros.
O Trabalho com os Metais| onde é explicada a técnica de mineração, benefício e manufatura utilizada pelos povos antigos, que transformavam os recursos da natureza em obras de arte. Há uma saleta onde um vídeo mostra a história da descoberta e do uso dos metais até os nossos dias.
A Gente do Ouro na Colômbia Pré-hispânica| Refere-se a geografia, o contexto histórico, político e religioso das culturas que viveram em todo o território colombiano antes da chegada dos espanhóis e a importância dos metais, especialmente o ouro, em suas vidas.
Cosmologia e Simbolismo| Espaço onde são demonstrados os aspectos míticos, a importância do xamanismo e a simbologia dos metais para as diversas culturas. É onde estão as obras primas do acervo do museu.
A Oferenda| Uma sala escura no terceiro piso, seis vitrines expõem objetos de oferendas nos mostrando a importância dos mesmos nos rituais onde se dava a conexão entre os xamãs e os deuses. De repente a porta se fecha e começa o cântico xamã acompanhado de um jogo de luzes. Assim , somos convidados a participar de um verdadeiro ritual. Um experiência e tanto!
Diversificados são os objetos e os motivos variam de acordo com a cultura em exposição. De figuras antropomórficas a animais como sapos, aves e lagartos adornam peitorais, colares, narigueiras, brincos e alfinetes.
A ourivesaria e os demais objetos expostos estão distribuídos em vitrines de forma tal que nos dão a impressão de estarem suspensos no ar. A iluminação produz um tom amarelado que nos remete permanentemente à cor do ouro.
A coleção do Museu do Ouro foi iniciada em 1939 pelo banco de la Republica e hoje, com mais de 34 mil peças, tem a proposta de lançar as luzes sobre a vida social e cultural dos grupos humanos que viveram na Colômbia desde 2.000 anos a. C até a época da conquista espanhola.
É considerada a mais completa coleção de artefatos em ouro que foram produzidos pelas civilizações pré-hispânicas. Não é a toa que ao chegarem no continente, no século 16, os espanhóis tiveram a sua cobiça despertada pelo mito do Eldorado e partiram em expedições em buscas das cidades que eram cobertas de ouro.
O Eldorado nunca foi encontrado e sim povos que utilizavam peças de ouro no seu dia a dia, já que o considerava um metal sagrado. Seguiu-se o que se pode imaginar, os espanhóis saquearam o que puderam. No entanto muitas dessas peças conseguiram ser recuperadas e hoje podemos encontra-las no magnífico museu.
Os objetos de ouro não eram considerados símbolos de riqueza material. Para eles era um metal sagrado que recebia a energia do sol, considerado um deus, fonte de energia e fertilidade na cosmogonia dessas sociedades. Portanto era sinônimo de prestígio e servia de oferenda.
Cabia ao chefe da tribo estabelecer o contato com seres dos outros mundos e para isso utilizavam adornos (narigueiras, brincos, colares e roupas) confeccionadas com esse metal.
No Museu também estão expostas peças em cerâmica, pedra, contas e conchas marinhas.
Como se pode perceber, você terá plena liberdade para fotografar, desde que não use flash ou tripé. Muito mais fotos aqui.
Foto: Divulgação do site do Museu |
Onde: Na esquina da Calle 16 com a Carrera 6, em Bogotá.
Quando: 3ª a sábado ( 9 às 18h). Dom. (10 às 16h). Fecha às 2ª.
Quanto:$ 3.000 (pesos colombianos). valor em 2013
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