Florença |
Ruas de pedras e estreitas tão velhas quanto seus suntuosos palácios de cor ocre são apenas uma pequena amostra do espetáculo com que você vai se deparar. Mas, cuidado! tanta beleza pode trazer efeitos colaterais. O riquíssimo e magistral acervo artístico distribuído em museus, várias galerias, igrejas e espaços públicos poderia desencadear uma Síndrome?
A Síndrome de Stendhal ou Síndrome da Sobredose de Beleza é um raro distúrbio que se caracteriza por alguns sintomas que podem surgir em indivíduos que apresentam uma maior sensibilidade diante de belas obras de arte.
Em 1979 esta síndrome foi descrita ao serem observados sintomas em muitos turistas, portadores de grande sensibilidade emocional, que visitavam Florença e tinham sido expostos excessivamente às obras de arte, sobretudo em ambientes fechados.
Caracteriza-se por um transtorno psíquico repentino que dura momentos até diversos dias, cujos sintomas são falta de ar, aumento da frequência cardíaca, vertigem, angústia até alucinações e ataques de pânico.
O nome da Síndrome foi inspirada no escritor francês Stendhal (pseudônimo de Marie-Henri Beyle) que descreveu em seu diário, detalhadamente, os sintomas vividos ao visitar a Igreja de Santa Croce, em Florença. O distúrbio que ele sofreu foi tamanho, que o obrigou a sair da basílica para se recuperar.
Caracteriza-se por um transtorno psíquico repentino que dura momentos até diversos dias, cujos sintomas são falta de ar, aumento da frequência cardíaca, vertigem, angústia até alucinações e ataques de pânico.
O nome da Síndrome foi inspirada no escritor francês Stendhal (pseudônimo de Marie-Henri Beyle) que descreveu em seu diário, detalhadamente, os sintomas vividos ao visitar a Igreja de Santa Croce, em Florença. O distúrbio que ele sofreu foi tamanho, que o obrigou a sair da basílica para se recuperar.
..."Ao chegar a Florença, meu coração batia com força... em uma curva da estrada, meu olho mergulhou na planície e percebi, de longe, como uma massa escura, Santa Maria Del Fiori e sua famosa cúpula, obra-prima de Brunelleschi. Eu me dizia: ‘É aqui que viveram Dante, Michelangelo, Leonardo da Vinci! Eis esta nobre cidade, a rainha da Idade Média! É nesses muros que começou a civilização”... as lembranças se comprimiam em meu coração, sentia-me sem condição de raciocinar e entregava-me à minha loucura como junto de uma mulher a quem se ama... Eu já me encontrava em uma espécie de êxtase pela ideia de estar em Florença e pela vizinhança dos grandes homens dos quais eu acabava de ver os túmulos [Michelangelo, Alfieri, Machiavel, Galileu]... Absorvido na contemplação da beleza sublime, que via de perto, eu a tocava, por assim dizer. Tinha chegado ao ponto da emoção onde se encontram as sensações celestes proporcionadas pelas belas-artes e os sentimentos passionais. Saindo de Santa Croce, meu coração batia forte, o que em Berlim chama-se "nervos"; a vida esgotara-se em mim, eu andava com medo de cair...”
STENDHAL (Nápoles e Florença: Uma viagem de Milão a Reggio).
Piazza della Signoria |
Não, não senti qualquer desses sintomas. Da Síndrome estava livre, mas não me livrei do pensamento recorrente que me acompanhou durante todo o tempo em que estive em Florença: ...Por sobre aquelas pedras gastas do calçamento daquelas ruas estreitas, por onde meus pés estavam agora, teriam caminhado Michelangelo, Leonardo, Dante e muitos outros responsáveis por ali ter sido o berço do Renascimento...
E verdade seja dita, você precisaria de muitos anos de sua vida para ver todo o patrimônio artístico que está em galerias, museus, igrejas e capelas. Mas só tínhamos três dias e otimizar o tempo seria fundamental. Por isso compramos os ingressos das principais atrações com antecedência pela internet. Dia e hora marcada para a entrada e lá estávamos nós nos livrando das enormes filas na Galeria Ufizzi, no Palácio Pitti e na Academia.
Catedral |
Batistério (cúpula)
O David, de Michelangelo
A cópia A original
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