Ao deixar a Argentina em direção à Patagônia Chilena, atravessei esse canal de 600 km de extensão e de 3 a 32 km de largura, que liga o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. Seu nome é em homenagem a Fernão de Magalhães, que ao comandar a expedição com destino às Índias, passou pelo estreito em 1519.
... Saí do Hostel Los Lupinos às 4:40 horas da manhã e ainda escuro, desci a Rua Fadul em direção ao terminal de ônibus, em Ushuaia. Apesar de ter a mochila dentro da sacola de rodinhas, ainda tinha como bagagem a mochila de ataque, outra com o saco de dormir e uma garrafa grande de água, o que me deixou com excesso de peso para transportar.
... Sem saber ao certo o local de embarque, fui até o ponto de taxi e pedi informação. Ali mesmo deixei a garrafa de 1,5 litros de água, pois não estava conseguindo carregá-la. Era uma manhã muito fria e no" terminal de ônibus" (se é que se podia chamar assim), não havia ninguém. Porém, aos poucos os passageiros vão chegando, na grande maioria mochileiros europeus.
... O ônibus chega e já são muitos os passageiros. Praticamente não escuto espanhol, português? Só em meus pensamentos.
... Saímos após as 5 horas e pouco depois estávamos na RN 3, contornando o Lago Fagnano. Esta é a única maneira de sair, por via terrestre, de Ushuaia. Uma parada técnica em Tulhuin e seguimos até Rio Grande, onde trocamos de ônibus.
...Por aqui há algumas placas referentes à Guerra das Malvinas: “Las Malvinas Son Argentinas”. Mas, não são não. As Malvinas ou Falkland são tão inglesas, quanto o Pelé é o melhor jogador do mundo! Desculpe aí Maradona...
... Saímos da Argentina pelo Paso San Sebastian e cerca de 20 minutos após entramos no território chileno. Não houve demora nos trâmites de fronteira (a argentina e a chilena), mas a partir daí acaba o asfalto e teremos longo trecho de rípio. Na localidade de Bahia Azul, aguardamos cerca de 30 minutos para o Ferry chegar.
Após todos os carros desembarcarem, foi a nossa vez de subir no ferry.
Quem viaja por essas bandas precisa saber que a região do Estreito está muito sujeita a ventos fortes, clima instável, além de constantes tempestades. O que pode complicar e atrasar a travessia.
... O tempo estava bom, o que favoreceu a nossa rápida travessia pelo Estreito de Magalhães. Apesar da ventania e do frio que fazia, fui à plataforma do Ferry registrar essa massa de água que foi tão importante como único meio de ligação entre o Atlântico e o Pacífico. Em pouco mais de meia hora chegamos à outra margem, em Punta Delgada, já no Continente, deixando para trás a Terra do Fogo.
... Viajamos 180 km margeando o Estreito de Magalhães até chegar a Punta Arenas, a capital da XII Região e principal centro urbano e comercial da patagônia Chilena. O tráfego marítimo foi responsável pelo seu desenvolvimento, já que o estreito de Magalhães era a única opção de trajeto comercial, por mar, entre a Europa, EUA (Califórnia) e Austrália, até a abertura do Canal do Panamá, no início do Século XX. Atualmente a indústria de lã, carne, peixe, gás e petróleo é quem mantém o comércio aquecido.
...Inicialmente estava previsto para ficar pelo menos um dia em Punta Arenas. Porém, em virtude dos dias a mais que precisei permanecer em Ushuaia, a única opção foi ter a cidade apenas como base para a troca de ônibus, já que não existe linha saindo de Ushuaia para Puerto Natales.
... Do escritório da empresa de ônibus Buses Pacheco saímos por volta das 18 horas em direção a Puerto Natales, aonde chegamos 3 horas após.
... Viajamos por cerca de 16 horas no total e, com exceção do lanche servido no primeiro ônibus, fizemos duas paradas com um tempo que nos permitia apenas rápidas refeições. A última delas foi a margem do Estreito de Magalhães, enquanto aguardávamos o Ferry.
Comentários