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Machu Picchu - Dicas


As informações aqui contidas estavam em vigor no período em que elaborei o roteiro de viagem para o Peru (2011). Porém, em virtude de adequações necessárias que surgem com o passar dos anos, os procedimentos podem sofrer modificações. Portanto, recomendo que sejam feitas pesquisas em sites oficiais com prévia antecedência. Os sites mais indicados:

Quando ir|
Uma informação importante que se deve ter antes de viajar para qualquer lugar é saber sobre as condições climáticas no período em que pretende estar por lá. Para Machu Picchu isso  não é diferente. Basta lembrar o que aconteceu no início de 2010,quando as fortes e abundantes chuvas do verão deixaram milhares de turistas ilhados, em Aguas Calientes,  por conta da destruição dos trilhos do trem, causada pelo transbordamento do rio Urubamba.


Assim, durante o período do planejamento é fundamental escolher uma época onde o tempo estará bom e a possibilidade de fenômenos climáticos atrapalharem a viagem seja reduzida.

No Peru há basicamente duas estações do ano: o inverno (entre maio e setembro), com dias frios, secos e quase sem chuvas e o verão (entre novembro e março) de temperaturas um pouco mais elevada porém com fortes chuvas, principalmente em janeiro e fevereiro. Em abril e outubro pode chover.

Portanto, se for possível escolher, a melhor época para ir à Machu Pichu é no período do inverno, principalmente maio e setembro, que além do clima ser ameno e com menor possibilidade de tempestade é baixa temporada.

Como ir|
  • Há diferentes maneiras para se chegar à Machu Picchu, porém todas elas partem de Cusco. A mais comum é pegar o trem até Águas Calientes, vilarejo no pé da montanha Machu Picchu, para depois subi-la de ônibus. Há os que sobem caminhando, mas é preciso fôlego e muita disposição para encarar a subida sinuosa.
  • Quem é adepto de trekking pode escolher as trilhas (não é programa para qualquer um e nem é uma aventura muito barata).
  • Para os de carteira recheada e sem tempo, tem a opção de sobrevoar de helicóptero.
  • Por fim, uma alternativa para os "sem grana" e aventureiros é utilizando transportes alternativos e caminhando pelos trilhos do trem (não é preciso dizer que pode ser uma aventura perigosa).
Para chegar em Machu Picchu
  1. Se for por trilha
A Trilha Inca é o trekking mais conhecido das Américas. Uma verdadeira aventura que une história (ruínas incas pelo caminho) e natureza entre as montanhas andinas nas cercanias de Cusco e a exuberância da Amazônia peruana. Dependendo do local de partida, onde se chega de trem, e do seu condicionamento, pode-se levar de 2 a 5 dias para percorrê-la.

Trilha Clássica
A mais tradicional e popular, por isso muito concorrida. Gasta-se 4 dias e 3 noites percorrendo cerca de 40 km. Começa no Km 88 do trajeto de trem que liga Cusco a Machu Picchu. Há quem comece no 82 km.

Outras trilhas
O Caminho Sagrado
Dura 2 dias e 1 noite, começando no Km 104. Caminha-se 3h até Wiñaywayna, onde pernoita. O 2º dia é semelhante ao último dia da Trilha Clássica.

Trilha Salkantay
É uma rota mais difícil. Chega a altitudes de 4.800 m.s.n.m. e é mais longa (70 km). O trajeto não passa por ruínas arqueológicas, mas por lindas paisagens. Gasta-se de 5 dias ou mais.
Há  rotas que unem aventura e conforto. Depois de um dia de caminhada, jantar e dormida em lodges confortáveis. Algumas agências oferecem pacotes.

Atenção!
  • Precisa reservar para fazer a Trilha Inca com 2 até 3 meses de antecedência (dependendo do período: junho a agosto é o período mais concorrido).
  • É obrigatória a companhia de um guia (guias/agências credenciadas e devidamente autorizadas).
  • Não é possível entrar na Trilha sem uma agência local contratada.
  • Um órgão do governo controla diariamente a entrada, permitindo o ingresso de apenas 500 pessoas por dia em todo o trajeto.
  • No site oficial do Governo do Peru há informações sobre as agências cadastradas e a disponibilidade de vagas por mês.
  • Provavelmente terá que pagar 50% do valor do bilhete de entrada no ato da reserva, o resto deverá ser quitado até 48h antes do início do trekking. Toda a negociação deve ser feita com agências autorizadas.
  • Melhor época para fazer a trilha:maio a agosto, quando chove menos. Geralmente fecha em fevereiro para manutenção.
  • Confirme com a agência contratada se foram providenciados os bilhetes do trem e de entrada em Machu Picchu ou se terá que providenciar a parte.
  • Os valores para a trilha clássica oscilam de acordo com a temporada, dando direito a:guia, refeições e carregadores que transportam o material de camping e comida, mas não a sua mochila. Para isso você poderá contratar porter(carregador) particular.

O que levar para fazer a trilha?
Apenas o que for necessário e em quantidade suficiente, sem exagero (roupa íntima, calça, camiseta, blusa, meias), capa de chuva, gorro, boné, luvas, abrigo impermeável, remédios, lanterna, cajado, pastilha de purificação de água, repelente, protetor solar, sapatos ou botas adequados e amaciados, lanchinhos, água mineral (bolsinha para carregá-la), papel higiênico, lencinhos úmidos (pode ser o seu banho!), toalha, saco de dormir, máquina fotográfica, etc.

  • Se não for por trilha, precisa chegar em Aguas Callientes
1) De Cusco/Poroy (20 minutos de taxi). O trem sai de Poroy para Águas Calientes.
Perurail é a empresa que administra os trens. Partindo de Cusco (Poroy) você pode escolher o tipo de trem de acordo com o seu bolso:

Expedition (Backpacker), o mais simples.

Vistadome com cobertura de vidro no teto.

 Hiram Bingham trem de luxo operado pela empresa Orient Express (administra os trens e hotéis mais exclusivos do mundo).

Créditos de fotos:Perurail
Com relação aos trens que fazem o percurso até Águas Calientes, quem detém o monopólio da ferrovia é a Peru Rail. Para quem quer sair e voltar para Cusco de trem, não há outra escolha a não ser a categoria e o horário que quer embarcar.

A viagem até Águas Calientes, saindo de Poroy dura quatro horas, não sendo possível chegar antes das dez horas da manhã em Machu Picchu. A partir desse horário a quantidade de turistas é enorme. Por isso preferi chegar no dia anterior à visita, dormindo em Águas Calientes.

No período em que estava fazendo o planejamento da viagem, encontrei duas outras empresas de trem que fazem o percurso entre Águas Calientes e Ollantaytambo, porém acabei escolhendo a Peru Rail, pois queria voltar no VistaDome e não me arrependi pela escolha.

 2) De Ollantaytambo até Águas Calientes:
Pode-se comprar as passagens de trem saindo/chegando em Ollantaytambo. Neste caso você vai de Cusco até Ollantaytambo de ônibus, taxi, van ou excursão. De lá pega um trem até Àguas Calientes, pois há mais opções de companhias, preço e horários. Além de ser apenas 1:30h o tempo de trajeto, em comparação às 3 a 4h que se pode gastar de Poroy a Águas Callientes.


Ollantaytambo
Opções de trem:
Inca Rail
Perurail
Para obter os bilhetes de trem
  • É necessária uma certa antecedência, pois os trens lotam rápido, já que as agências bloqueiam os lugares.
  • Alguns dos sites oferecem a possibilidade de compra on line, então você pode comprar diretamente, desde que seu cartão possua o sistema “Verified by Visa” ou o “Secure Code da Mastercard”. Que é uma modalidade a mais de segurança oferecida pelo banco emissor do cartão.
  • Caso não consiga realizar a compra pela internet, pode também entrar em contato com o call Center da Peru rail por telefone ou e-mail. Outra possibilidade mais fácil e prática, porém mais onerosa é comprar um pacote/excursão em agência de viagem.
Quando estava fazendo o planejamento, não havia mais vagas no site da Peru Rail para o dia e hora que queria, então resolvi fechar um pacote com a InterHabit, que se encarregou de providenciar, através de uma agência credenciada em Cusco, todos os bilhetes e ingressos.

Boleto de Ingresso em Machu Picchu.
  • É necessário comprar o ingresso antecipadamente. Pode ser através do site oficial ou nos escritórios oficiais, em Cusco ( se for período de baixa temporada, caso contrário você pode não encontrar vagas para os dias que estiver na cidade). Para quem vai subir ao Huyana Picchu (bilhete é específico) com muito mais tempo ainda, pois estão limitados para 2 grupos de 200 pessoas, cada (em 2011).
  • O Número de visitantes por dia foi limitado a 2.500 (recomendação da Unesco era para menos de 1.000) e é muito concorrido!
  • Se você comprar um pacote por agência de turismo, o ingresso pode ser incluído.
  • Verifique no site oficial se há disponibilidade para o dia desejado ("consultas"). Mas, só conseguirá pagar on line usando um cartão de crédito Visa integrado ao sistema Verified by Visa. Há a opção de entrar em contato, por e-mail, com agência autorizada (disponível no próprio site).
Passagem de ônibus de Águas Calientes até a cidadela (se não for pela trilha).
  • Os ônibus começam a circular muito cedo no trajeto de Aguas Callientes até o portão de entrada em Machu Picchu. Você precisará tomá-los, a não ser que queira ir caminhando os 7 km de subida íngrime e sinuosa (Deus me livre!) ou tenha o dindim para dormir ao lado das ruínas de Machu Picchu no luxuoso Machu Picchu Sanctuary Lodge.
  • Você pode comprar o bilhete de ônibus de ida e volta Aguas Callientes-Machu Picchu no escritório da Consettur em Cusco (recomendável no período de alta temporada, para evitar as filas) ou em Aguas Callientes.
Apesar de ter feito toda a programação da viagem de forma independente, adquiri previamente alguns passeios montando um pacote com uma agência. Portanto, para a reserva das diárias dos hoteis em Cusco e Aguas Callientes, a compra dos 2 bilhetes de trem (Expedittion e Vistadome), do ônibus (Aguas Callientes-Machu Picchu, ida e volta), do tour pelo Vale Sagrado até Ollantaytambo e da entrada em Machu Picchu foi utilizada a Interhabit do Brasil, que terceirizou os serviço da Inca Royalty, em Cusco, onde me foram entregues todos os vouchers.

Dicas
O Parque abre das 6 h às 17 h. O melhor é chegar cedo, antes do primeiro trem. Se você não fizer a trilha, é interessante já pernoitar no dia anterior em Águas Calientes (Machu Picchu Pueblo). Foi o que fiz.



Se quiser contrate os serviços de um guia cadastrado que fica na entrada. Porém, se não for exclusivo para você, vai dividi-lo com muitos turistas de ritmos diferentes o que pode prejudicar um pouco o seu passeio. No meu pacote já incluía o guia. Mas, acabei entrando com outro grupo porque o horário era mais cedo.



Entre contratar e não contratar, eu recomendo que só o faça se for exclusivo para você ou um grupo conhecido, pequeno e com o ritmo semelhante ao seu. Como eu estava sentindo muito o efeito da altitude e das subidas e descidas das ruínas, não consegui acompanhar bem e algumas vezes fiquei bem para trás. Se você tiver um bom mapa do sítio e as informações sobre as principais construções, pode ser muito melhor entrar sem guia. Ditando o seu tempo e seu ritmo.



Não fui e nem recomendo para quem não esteja bem adaptado à altitude e/ou em condições físicas adequadas, subir a montanha Wayna Picchu. A subida é ingrime, estreita, um pouco precária e à beira do precipício. Por mais maravilhosa que seja a vista, não me convenci a passar por esse esforço.



Como fui
De Cusco  a Ollantaytambo fui com um grupo de excursão para o Vale Sagrado (veja aqui).

O trem que peguei de Ollantaytambo à Aguas Callientes foi o Expedition, simples mas adequado para a viagem de 1:30h e noturna. Foi servido um pequeno lanche à bordo.

Voltei no Vistadome, na tarde do dia seguinte, de Aguas Callientes até Poroy. No pacote já estava incluído o transfer dessa estação até Cusco (cerca de 20/25 min.).

A única desvantagem foi o fato de não poder escolher o lado do assento no trem e tive que viajar de costas e do lado esquerdo (melhor voltar no lado direito). Isto é, quase não sentei, a não ser na hora da refeição ou quando foi apresentada a pequena performance dos funcionários (dança típica e desfile para venda de agasalhos).

Preferi ficar a maior parte da viagem no espaço que há em frente ao vagão, vendo a bela paisagem com o rio Urubamba correndo ao lado direito.









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