Segundo Mario Vargas Llosa " o Peru não é um país, mas vários países". Hoje, a sua capital é uma pequena amostra do que disse o famoso escritor peruano, prêmio Nobel de Literatura. Lima, com mais de 8 milhões de habitantes (um terço de toda a população do país), é dividida em 43 distritos administrativos. Assim, pode-se dizer que não é uma cidade, mas várias delas, com várias nuances, onde um povo mestiço vive em meio a descendentes de europeus e muitos imigrantes asiáticos.
Há bairros modernos e charmosos, como Miraflores que se debruça sobre o Pacífico e para onde, no final de tarde, fui em busca de um belo por do sol na imensidão do mar gelado. Mas as grossas nuvens só me deixaram ver uma esmaecida e pálida aparição do astro rei encoberto por diversos tons de cinza.
Solar e ardente mesmo, por ali, somente o casal enamorado no seu beijo apaixonado. À beira do Oceano Pacífico no Parque del Amor, a escultura “El Beso”, de Victor Delfin, reina absoluta no centro.
No entorno do Parque mais alusão ao tema: o muro que o bordeia, decorado com mosaicos, possui frases escritas por famosos poetas e escritores que falam de amor. Interessante também é o seu formato, nos remetendo às obras de Gaudi.
Inspirador, não?
De frente para o mar também está o Larcomar, o shopping limenho encravado numa encosta, que dispõe de diversas lojas para quem quiser ir às compras, mas também tem vários bares e restaurantes onde se pode desfrutar a variada gastronomia peruana.
Não só em frente, mas adentrando no Pacífico está o Restaurante Rosa Náutica, especializado na gastronomia peruana e internacional à base de peixes e frutos do mar.
Além de polo comercial, em Miraflores há teatros, cinemas e a maior concentração de cafés da cidade. E lá também se encontra a Huaca Pucllana, antigo santuário pre-incaico.
E para os mais afoitos e de coragem há a opção de ver a paisagem de cima, em parapente
Mas da periferia de Lima não escapam os bairros sem a infraestrutura adequada e como em tantas outras capitais sul americanas, sofre com o crescimento desordenado, condições desfavoráveis de moradia, problemas de saneamento, no trânsito e na segurança. No entanto Lima tem muito o que ver, como seu elegante e preservado Centro Histórico (aqui e aqui).
E para quem gosta de História, há muito mais. Nos dois dias que por lá estive, optei por conhecer um acervo precioso, relíquias de um passado glorioso peruano no Museu Larco e no Museu Nacional de Arqueologia e História. Este, por sinal, visitei novamente quando fui pela segunda vez ao Peru.
Museu Larco |
Quando estive em Lima em 2011, não foi possível conhecer, mas eu me prometi que se um dia retornasse não escaparia de me surpreender com esse espetáculo de cor e luz: o Circuito Mágico del Água.
Das duas vezes em que estive em Lima optei ficar hospedada em Miraflores, como a maioria das pessoas que vai até a capital peruana. Porém só na segunda vez (2016) é que resolvi conhecer um pouco mais, não só desse bairro como também do seu vizinho, Barranco. Para isso escolhi uma forma turística de contempla-los, embarquei no TURIBUS PERU (veja aqui).
Embora seja relegada como mera porta de entrada para o Peru, Lima é um destino interessante, onde se pode ainda encontrar em suas construções coloniais as provas do poder hispânico do vice-reinado do Peru, ruínas pré-colombianas, uma primorosa gastronomia, reconhecida mundialmente e um belo legado resultante da mistura cultural de nativos, europeus, africanos e asiáticos. Mas que também não se furta aos contrastes sociais tão semelhantes em outras metrópoles sul-americanas, quando em minutos se pode percorrer desde bairros emergentes com moderna arquitetura de centros residenciais e comerciais a distritos com uma infraestrutura precária.
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