Embora se encontre a 3.500 m.s.n.m. La Paz está no fundo de uma cratera, na verdade um desfiladeiro do altiplano boliviano, onde se destaca o Monte Ilimani com 6.439 metros de altura.
A cidade foi fundada em 1548 e funcionava como ponto de parada no caminho entre as minas de Potosí e o litoral do Pacífico, como também estava na rota entre Lima e Buenos Aires, os dois principais centros da colonização espanhola na América do Sul.
No entanto, o altiplano boliviano já era ocupado bem antes da chegada dos espanhóis. Estima-se que por volta 1200 a.C. se desenvolveu a primeira grande civilização desta região, a cultura Tiahuanaco.
Com sede às margens do Titicaca, essa civilização passou por vários estágios de organização, de tribos rudimentares a um vasto império nos Andes, que começou a entrar em decadência por razões desconhecidas nos meados de 1200 d.C. Após esse período a região foi dominada pelo povo aimará que, aos poucos, foi incorporado ao Império Inca. O que sobrou dessa civilização pré-colombiana pode ser visto a 72 km de La Paz, em Tiwanaku.
...À medida que o taxi avançava em direção ao hotel, percebi que, ao contrário do que tinha imaginado vendo o mapa da cidade, não seria possível me deslocar facilmente a pé para a visita às principais atrações. O Hotel, apesar de confortável e localizado em um aprazível bairro, não era próximo do Centro Histórico e havia algumas ladeiras a serem percorridas.
...Dali a visão me revelou outra imagem de La Paz. O entorno com altos e modernos edifícios, em nada lembrava que eu estava na capital mais pobre da América do Sul.
...Era possível perceber o contraste das construções urbanas. O centro com edifícios coloniais, onde está o comércio, as instituições governamentais e os museus. As encostas íngremes daquela imensa "Cratera", com suas precárias construções de tonalidade terrosa, avançando morro acima e indicando o local que era ocupado pela população mais pobre, onde estão os principais bairros indígenas.
A república mais alta da América Latina, tem o maior numero de civilizações indígenas e ficam evidentes as marcas do tipo de colonização que
ocorreu por ali, cujo objetivo era obter lucro com a exploração
dos recursos naturais, mas que cavou a grande diferença social ainda hoje
observada entre a população de melhor poder aquisitivo, geralmente descendente
de europeus e o povo de origem indígena. No entanto, essas populações conservam suas tradições (idiomas nativos, religião e costumes) como uma forma
de resistência e valorização de seus antepassados.
Assim, diante da opulência das
montanhas andinas, vive um povo que resultou da mistura de índios de diferentes
etnias e que sobreviveu à fúria espanhola, mantendo suas crenças ancestrais ao
mesmo tempo que também professa o catolicismo, falando seu idioma nativo e
absorvendo a língua espanhola.
O que há para ver|
Minha visita ao centro fez parte de um tour privado que contratei no Hotel. Um passeio pela parte Histórica da cidade onde se destaca a Plaza Murillo (Plaza das Armas no período colonial), que tem esse nome em homenagem a Pedro Domingos Murillo, líder de uma rebelião contra a colônia e que foi enforcado nesse local, em 1810.
Na praça estão localizados o Palácio Presidencial, conhecido como "Palacio Quemado", por conta de um incêndio ocorrido em 1875, a Catedral e o Parlamento (Palácio Legislativo).
...Não é a guarda inglesa, mas vale uma foto jacu boliviana...
A Calle Jaen é uma estreita e conservada rua ladeada por casas coloridas, datadas do período colonial.
Na rua se encontram quatro museus. No dia e hora que lá estive se encontravam fechados. Mas quem quiser conferir são esses aí:
- Museu Costumbrista Juan de Vargas: Instalado numa mansão Colonial, com mostras de tradições folclóricas e da Historia de La Paz.
- Museu do Litoral: dedicado à Guerra do Pacífico
- Museu dos Metais Preciosos (Museo del Oro): coleção de artefatos de ouro produzidos pelas culturas pré colombianas.
- Museu Casa Murillo
Ainda localizadas no centro estão a Praça São Francisco e a Igreja homônima, erguida originalmente em 1549 e reconstruída no Século 17 em estilo barroco, mas com traços de influência indígena (Representações de aves e Elementos Florais).
Ao Lado se encontra a Calle Sagarnaga, com o seu comércio voltado para o turismo, onde comprei o passeio para o Salar de Uyuni. Numa das transversais, a Calle Linares, local do mundo místico dos aimarás, o Mercado de las Brujas, com suas lojinhas de artigos artesanais e tudo o que é preciso para rituais e oferendas à Pachamama, incluindo os fetos ressecados Lhamas.
...Caso você não esteja sentindo muito o efeito da altitude, o que não foi o meu caso, o ideal é percorrer a pé pelo centro para ter a oportunidade de entrar em contato com o dia a dia do povo boliviano. Eu, infelizmente, não consegui e vi muito pouco dessa parte da capital boliviana.
Vale de la Luna
Está a 10 km do Centro. Trata-se de uma pequena região desértica, cuja paisagem lembra um superfície da lua e que foi moldada pela ação dos ventos e chuvas sobre rochas calcárias.
Mirador Killi Killi
Dali a vista é grandiosa e se vê boa parte de La Paz, numa mistura curiosa de construções modernas com outras simples. Ao meio o Estádio Hernando Siles, provavelmente o estádio de futebol do mais alto do mundo (3.637 m.s.n.m).
Chacaltaya
A montanha está a 5.395 m.s.n.m., na Cordilheira Real. Considerada a estação de esqui mais alta do mundo. Não é um passeio aconselhado para quem não estiver aclimatado. Por esse motivo eu não quis enfrentar.
Estando em La Paz não se deve perder a oportunidade de conhecer Tiwanaku.
A montanha está a 5.395 m.s.n.m., na Cordilheira Real. Considerada a estação de esqui mais alta do mundo. Não é um passeio aconselhado para quem não estiver aclimatado. Por esse motivo eu não quis enfrentar.
Estando em La Paz não se deve perder a oportunidade de conhecer Tiwanaku.
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