Pular para o conteúdo principal

Otavalo


Ao se viajar pela região andina, uma das maiores atrações são os mercados artesanais, onde se terá um contato mais próximo com os nativos e o seu cotidiano. Eles existem há muitos anos, pois eram essenciais para as trocas de produtos nem sempre disponíveis em todas as regiões.


Atualmente é muito raro ser exclusivamente nativo. A aculturação ocorrida com a chegada dos espanhóis, o turismo como fonte de renda e a globalização se encarregaram de diminuir um pouco essa característica genuína.


Otavalo é uma pequena cidade 100 km ao norte de Quito. Com 2.550 m.s.n.m. está situada entre dois vulcões, o Imbabura e o Cotopaxi e é famosa por seu mercado artesanal indígena, considerado um dos maiores da América do Sul. Ocorre diariamente, porém é maior aos sábados. São vendidos artesanatos de lã, couro, prata e até o conhecido chapéu Panamá, que ao contrário do que o nome indica, ele é produzido no Equador.


Povoados indígenas ao redor de Otavalo ficaram famosos pela resistência aos incas e à escravidão imposta pelos espanhóis. Conta-se que os tecelões eram obrigados a trabalhar horas a fio, adquirindo grande eficiência e qualidade na tecelagem, herdada por seus descendentes que, aliada a um apurado tino comercial vendem seus produtos por todo o país e exterior.


Na Plaza dos Ponchos é onde se localiza o mercado, porém aos sábados se espalha por várias ruas. Na praça principal, conhecida como Parque Bolivar, está a Iglesia San Luis, toda em tijolos e com torre única e a Municipalidad (prefeitura). No centro da praça há um monumento em homenagem aos índios Rumiñawi.


É comum você encontrar as mulheres vendedoras com roupas típicas: blusa branca com bordado,  às vezes com uma manta colocada transversalmente no peito, colares de contas com várias voltas no pescoço e saia preta. Os homens utilizam o cabelo comprido e preso, muitas vezes numa trança.


Como fui|
Tour compartilhado adquirido na Ecuador Trips Access.

Duração| dia inteiro

Quanto|US 60

Cerca de 15 km de Quito, estávamos em Calderon, onde visitamos uma loja tradicional na confecção de figuras de marzipan. São produtos bem conhecidos e tradicionais que se caracterizam pelos desenhos de diversos formatos e cores, além de serem elaborados com materiais da natureza, que não atentam contra a saúde nem o meio ambiente.


De lá, utilizando um trecho da Rodovia Panamericana, com um belo cenário recheado de curvas e montanhas, nos dirigimos para o norte do país. Já na província de Imbabura, paramos ao lado do Lago San Pablo.


Ali tivemos uma demonstração sobre a produção do famoso chapéu Panamá, que tem esse nome porque durante a construção do Canal do Panamá muitos equatorianos por lá trabalharam utilizando esse tipo de chapéu, passando a ser muito comum o seu uso.


Após sairmos de Otavalo, fizemos uma rápida visita a Cotocachi, um vilarezo, um vilarejo conhecido por seu trabalho em couro, antes de retornarmos a Quito.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Arte Cusquenha

Ao conquistar Cusco em 1534, os espanhóis não só iniciam mudanças profundas na história política do Império Inca, como também transformações na história da arte americana. O encontro de duas culturas fez surgir uma nova expressão artística, tendo a pintura colonial desenvolvida na cidade peruana de Cusco como resultado da confluência da tradição barroca trazida pelos colonizadores espanhóis com a arte dos indígenas americanos. Com o objetivo de catequizar os incas, muitos missionários partem para a colônia para converter a alma pagã à religião católica. Para isso utilizaram a pintura como arte eclesiástica. Assim escolas foram criadas, dando origem ao primeiro centro artístico pictórico das Américas. A grande maioria das obras da Escola de Cusco se refere a temas sacros, onde a imagem aliada à palavra seria o único meio de difundir o catolicismo. Assim estão presentes nas obras a glorificação de Jesus, a Virgem Maria e santos, o Juízo Final com as glórias do Paraís

Uxmal, obra-prima da Arquitetura Maia

Pouco se sabe da origem dessa cidade-estado maia, no entanto se conhece como a época do seu apogeu a última fase do Período Clássico (entre 800 e 1000 d.C.), quando as poderosas cidades-estados maias, Palenque, Copán e Tikal, estavam sendo gradativamente abandonadas. Poderosa, Estendeu seu domínio até as cidades vizinhas de Kabah, Labná, Xlapac e Sayil, juntas se destacaram no emprego de uma arquitetura refinada e elegante, conhecida como "estilo puuc". Acredita-se que Uxmal foi o centro que alcançou o maior desenvolvimento político e econômico da área puuc. Ao contrário de outras regiões da Península de Yucatán, não possuía cenotes e havia escassez de água, podendo ser esse o motivo de tantas esculturas dos deus da chuva, Chac,  nas fachadas de suas construções, atestando a importância desse culto. De todos os sítios maias, esse foi o que achei mais fascinante. É notável a mistura estilística, onde estão presentes elementos maias e toltecas (expressa

Os Megalitos de Tiwanaku

Principal sítio histórico da Bolívia, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade em 2000 pela Unesco. As ruínas são de uma das mais importantes civilizações pre-colombianas que se desenvolveu no Altiplano Boliviano. Apesar de ainda ser controverso, acredita-se que esse povo tenha surgido de uma aldeia que vivia da agricultura baseada em plataformas de cultivo  por volta de 1200 a.C. Teve o seu apogeu entre o século  5 e 10 da nossa era, quando desenvolveu a metalurgia (uso do cobre na produção de ferramentas) e o comércio. Não se sabe o motivo, mas teria desaparecido definitivamente no século 12. Especula-se que a ocorrência de alterações climáticas tenham contribuído para a sua extinção. Mesmo assim os demais povos do Altiplano, inclusive os incas, tiveram forte influência dessa cultura. Durante séculos o poderoso império que dominou o altiplano construiu um sofisticado complexo arquitetônico, parte dele representado pelas ruínas hoje expostas. O aspecto monum