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Parque Nacional da Serra da Capivara - dicas


Nesse post algumas observações para quem pretende fazer uma visita, por conta própria, ao Parque Nacional da Serra da Capivara. São dados de quando viajei em dezembro de 2009. Portanto, com o passar dos anos, algumas coisas podem ter mudado e espero, sinceramente, que mudem.

E mudem para melhor, especialmente no acesso para quem faz essa viagem de forma independente. Com relação à organização e à manutenção da estrutura, que permaneçam e até se superem, principalmente com o apoio financeiro do Governo Brasileiro.

Para visitar o Parque Nacional da Serra da Capivara há algumas opções, porém não com algum desconforto. A melhor maneira de se chegar até São Raimundo Nonato, cidade que tem a melhor estrutura e serve de base para a visita ao Parque, é via Petrolina, em Pernambuco, que dispõe de aeroporto de médio porte, e de lá seguir 300 km pela BA-235, que no período das chuvas tem o seu asfalto bem danificado.

Existia um campo de pouso habilitado para receber pequenos aviões em São Raimundo, porém até a época em que lá estive (2009), não havia voos comerciais, mas sim, uma proposta para que em futuro próximo estes sejam regulares.

A outra forma de se chegar até São Raimundo é como eu fiz, partindo de Teresina, capital do Piauí. Se estiver de carro, ótimo. Caso contrário amargará as dificuldades de quem depende de transporte público, como foi o meu caso (veja aqui).

O asfalto até Floriano estava muito bom à época (2009). Daí em diante com muitos trechos danificados, obrigando o ônibus a ir em passo de tartaruga. Há três horários de ônibus (três empresas diferentes:Lider, Transpiauí e Princesa do Sul) para São Raimundo Nonato e mesmo assim você não vai direto, há paradas em quase todos os lugares, ainda bem que o ônibus era confortável e tinha ar condicionado. Existe a opção de ir fazendo baldeações pelas cidades, mas só recomendo se tiver um grande espírito de aventura e encarar se hospedar em qualquer lugar do caminho, se algo der errado.


Sobre o Parque
Só se pode entrar no Parque acompanhado por um guia credenciado. No hotel onde fiquei providenciaram para mim. Esse procedimento deve ser feito ainda na cidade, antes de chegar ao Parque, garantindo um guia para sua visita.

O guia me informou que a única forma de chegarmos até o Parque, cerca de 30 km dali, seria de moto ou carro. A cooperativa para qual trabalhava, ele e todos os demais guias, dispunha dos meios de transporte para quem não tivesse o próprio. Este, mais uma vez, foi o meu caso e, consequentemente, senti no próprio bolso novamente como é oneroso sair para conhecer o nosso país, já que não há incentivo, por parte dos governantes e autoridades competentes, para que sua própria gente conheça as riquezas e patrimônios culturais, nem sempre localizados em centros urbanos.

Não disponibilizar linhas de transporte público para estes locais impede que uma grande parcela da população venha a conhecê-los.

Em um carro, pois não me arrisquei a ir em moto, pela BR-020 chegamos à entrada, onde um grande paredão de arenito o delimita e tem nas pequenas casas dos moradores do entorno o complemento para um cenário de beleza natural.


Então comecei minha visita de dois dias à Pré História Brasileira (veja aqui). Mas quem for interessado em história e arqueologia pode ficar mais dias, há muito para ver.

O Parque está aberto o ano todo das 6 às 18 horas. É possível visitar em qualquer época, mas lembrar que sempre faz calor (não esquecer água, chapéu e protetor solar). O período mais seco vai de maio a outubro e o de chuvas, quando há, de novembro a abril.



Há vários sítios arqueológicos preparados para visitação como também trilhas de acesso bem sinalizadas e organizadas em circuitos, que entre os principais estão: Circuito Desfiladeiro da Capivara e o Baixão da Pedra Furada.


O que também não pode faltar é uma visita ao Museu do Homem Americano. Para mim foi uma surpresa encontrar no sertão nordestino um museu de primeira grandeza.

Onde se hospedar
Há pouca opção de hoteis na cidade de São Raimundo Nonato. No centro há o Real Hotel. Eu resolvi, após consulta no Guia Quatro Rodas, ficar hospedada no Hotel Serra da Capivara.

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