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No Peru, os transportes utilizados


Usei diversos meios de transporte nos 30 dias em que viajei pelo Peru, Bolívia e Deserto do Atacama. No entanto os mais frequentes foram ônibus da categoria turística. Não queria perder a oportunidade  de ter as paisagens espetaculares da região andina bem próximas aos meus olhos, porém sem abrir mão de alguma comodidade, já que os ônibus comuns que servem àquela região não prezam pelo mínimo de conforto, higiene e pontualidade. Além do que muitas empresas te vendem "gato por lebre", cobrando caro por uma viagem longa, muitas vezes em temperaturas congelantes, onde o veículo não dispõe de calefação, poltronas reclináveis e até banheiro, apesar de te terem prometido o contrário.

Chegando ao Peru
Em um taxi atravessei a ponte que liga Assis Brasil ao Peru, onde apanhei um coletivo. Na Imigração Peruana, em Iñapari, eu fui a única a descer da van para os trâmites legais. Era a única estrangeira, brasileira e mulher. O Certificado Internacional de Vacinação (para comprovar a vacina Contra Febre Amarela) não me foi pedido. Após o carimbo no passaporte, seguimos em  direção à Rodovia do Pacífico. Até chegar em Puerto Maldonado foram cerca de 3 horas.

De "tuk tuk" cheguei na empresa onde comprei a passagem para Cusco (Paguei S/80 pela passagem e viajei numa confortável poltrona no 1º Piso).
O primeiro ônibus foi da empresa Moviltour. A viagem se deu entre Puerto Maldonado e Cusco. O veículo dispunha de 2 pisos (1º Piso: Cama e 2ºPiso: Semi-Cama). Banheiro químico, calefação/ar condicionado, video e serviço de bordo, constituído por um pequeno lanche.



O segundo ônibus  foi utilizado no passeio pelo Vale Sagrado, de Cusco a Olantaytambo, onde fiquei para aguardar o trem que me levaria até Águas Calientes. O veículo, a serviço da agência de turismo contratada para o tour, era razoavelmente confortável. O passeio durou cerca de oito horas e o almoço estava incluído.  À noite embarquei no trem Expedition. Preço: Incluído no pacote montado com a Interhabit.

Fiz o trajeto da pequenina Águas Calientes (Machu Picchu Pueblo) até as ruínas de Machu Picchu em um dos pequenos ônibus que leva cerca de 30 minutos subindo  (700 metros de altitude) uma sinuosa e estreita estrada em meio a montanhas cobertas por uma mata fechada. Saem a cada 15 minutos, a partir das 5h30 da manhã. Preço: U$ 15,00 (ida e volta). Estava incluso no pacote da Interhabit.

Para retornar à Cusco, embarquei no confortável trem Vista Dome, da Peru Rail. Foram 4 horas de uma agradável viagem ao som de músicas andinas, à medida que deslizávamos na lenta cadência do comboio pelas exuberantes paisagens peruanas e com direito a um saboroso jantar. Preço: U$ 100,00 (incluso no pacote da Interhabit).



Foi no ônibus turístico da Inka Express que viajei de Cusco para Puno. É uma rota turística que durante 10 horas faz visita guiada a alguns lugares históricos. A bordo é servido refrigerante, água e chá de coca. Há uma parada para almoço, que está incluído. Eu fiz a reserva, ainda no Brasil, através de e-mail (rapidamente atendida), onde foi combinado o dia, local (hotel onde fiquei hospedada) e horário do pagamento. Pontualmente, o agente da empresa com quem eu havia me comunicado estava lá para finalizar a compra da passagem, entregando-me o voucher e me fornecendo as instruções necessárias. Preço: U$ 50,00.



O passeio às Ilhas dos Uros e à Ilha Taquile foi a bordo de uma lancha razoavelmente confortável.



Na Ilha dos Uros, quem quisesse poderia pagar uma pequena taxa para experimentar um curto passeio a bordo de uma canoa feita com totora.



De Puno, no Peru, para Copacabana, na Bolívia, viajei no ônibus da Tour Peru. A passagem foi comprada pela agência de turismo boliviana Turisbus e estava incluída no pacote que montamos.
Rodoviária de Puno
Em 11 dias passei pela Bolívia e Deserto do Atacama, no Chile. De onde retornei ao Peru.

Segui de San Pedro do Atacama para Arica no ônibus da empresa chilena Tur-Bus. Foram quase 10 horas de viagem no confortável ônibus, onde foi servido um pequeno lanche pouco antes de chegar ao destino. O local de embarque é que poderia ser melhorado. Em 2011 acontecia no pátio empoeirado da garagem da empresa.


Ao lado da rodoviária de Arica (onde desembarquei), está o pequeno terminal de "coletivos"(espécie de taxi que fica aguardando completar o número de passageiros para partir), de onde segui em direção à Tacna, primeira cidade peruana. Dali para chegar em Arequipa (veja aqui), utilizei os serviços da empresa Flores e no panorâmico e climatizado ônibus, mais uma vez percorri outra bela e sinuosa estrada. Foi oferecido um lanchinho à bordo



O passeio para o Cãnion  del Colca foi feito em uma van (serviço privativo). Continuando a viagem, de Arequipa segui para Nazca no confortável ônibus da Cruz del Sur, de lá para Paracas e em seguida para Lima, utilizando os serviços empresa Oltursa.


Em Paracas a ida a Isla Ballestas foi feito em uma lancha, com todos a bordo devidamente equipados com coletes salva-vidas. O dia não estava bonito, mas o passeio foi maravilhoso. O retorno ao Brasil após 30 dias de viagem foi na confortável classe executiva da Tam, a partir da capital peruana.


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