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Arequipa, A Cidade Branca


Acredita-se que seja chamada de “a Cidade Branca” em virtude de usarem em grande parte de suas construções o sillar, uma rocha esbranquiçada (andesito), resultado das lavas derramadas pelas erupções vulcânicas há milhares de anos.


Apesar de ser uma cidade próxima da costa peruana, ainda se situa nos Andes a 2.380 m acima do nível do mar. Zona de terremotos, Arequipa está à sombra dos vulcões Chachani (6.087 m.) Pichu Pichu (5.540 m.) e Misti (5.820 m.).


A região de Arequipa é habitada há milhares de anos, acredita-se que desde 8000 a.C. Aos caçadores nômades se seguiram diversas culturas pré-colombianas até a chegada dos espanhóis, em 1541, quando foi elevada à categoria de cidade pelo rei espanhol Carlos V. No entanto o seu nome é atribuído à lendária frase de um governante inca. Mayta Capac, encantado com a beleza da região, teria dito ao enorme séquito que o acompanhava em uma viagem: "Ari quipay" (fiquemos aqui, em quéchua).


Não são apenas as belezas naturais que fazem de Arequipa um destino encantador, na cidade também estão vários edifícios com uma rica arquitetura, resultado da peculiar mistura de motivos indígenas e barroco espanhol.


A Plaza de Armas tem um chafariz no centro com uma escultura chamada pelos ariquipenhos de Tuturuto. O seu entorno  embelezado com várias palmeiras e diversas flores, os imponentes balcões das construções que compõem a típica arquitetura colonial e a majestosa Catedral, que ocupa todo um quarteirão, formam um conjunto grandioso que foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade no ano 2000.


A Catedral foi construída entre os séculos 16 e 17, em sillar. Devido aos terremotos que suportou ao longo do tempo, sofreu várias restaurações, levando-a a exibir diversos estilos na sua arquitetura: barroco, gótico e neoclássico.


...Pela porta principal me dirigi ao altar feito em mármore de Carrara, assim como suas colunas, por onde passei até chegar ao gigantesco órgão belga.



...Já no exterior da Catedral, atravessei um dos seus dois arcos laterais e segui em direção ao Monastério de Santa Catalina de Siena.


...Após duas horas percorrendo o Monastério, segui em direção ao Museu Santuários Andinos.

***
...De volta ao hotel, passei pela La Compañia de Jesus.



A Igreja foi edificada pelos jesuítas no século 17, sua fachada constitui o melhor exemplo do barroco mestiço, com símbolos católicos e figuras da fauna e flora andina. Ao lado da igreja está o Claustro Jesuítico com grossas colunas que sustentam arcos de pedra branca cobertos por relevos que mostram anjos, frutas, conchas marinhas e cabeças estilizadas de puma.


...Muito teria ainda para ver em Arequipa, mas o tempo disponível não era suficiente. Naquela noite embarcaria novamente pela Pan-Americana. O destino era Nasca.


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