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A Rota Moche, o roteiro

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Ao norte do Peru, tanto Chiclayo quanto Trujillo estão rodeadas de sítios arqueológicos de culturas que existiram antes dos incas. O clima seco da costa peruana permitiu a conservação de múmias, pinturas e ornamentos.


A Rota Moche compreende os caminhos que passam pelas regiões onde estão todos os principais sítios arqueológicos da cultura Moche. Porém na proximidades de Trujillo, Chan Chan nos permite conhecer um pouco da cultura dos Chimus.

O Roteiro
Foi a segunda vez no Peru, 10 dias, 3 deles na capital, antes de viajar para o norte peruano.
Dia 1 – Viajando de São Paulo para Lima durante a madrugada. Foram cerca de 6 horas de viagem. Café da manhã no hotel e saída para conhecer as Huaca Huallamarca e Huaca Pucllana.



Finalizada a visita segui para o Larcomar, onde após um lanche, utilizei os serviços da  Turibus para um passeio pelo bairro do Barranco.

Dia 2 – Centro Histórico de Lima. Comecei pelo Museu Bodega y Quadra. Segui para uma visita à Igreja e Convento de São Francisco.


Dia 3 – Pela segunda vez visitei o Museu Nacional de Arqueologia Antropologia e História do Peru (site). De lá segui para conhecer o Circuito Mágico das Águas, onde finalizei minha segunda visita à capital peruana.



Dia 4 – Embarquei em Lima com destino à Chiclayo. Foi pouco mais de uma hora de voo e só cheguei ao final da tarde. Porém preferi chegar cedo no aeroporto da capital e evitar algum transtorno no deslocamento. Agora sim, iria começar a Rota Moche.


Dia 5 –  Em um tour compartilhado (Mouche Tours), nos dirigimos ao Complexo Arqueológico de Túcume (Vale das Pirâmides). São 26 pirâmides de adobe semidestruídas pela ação das chuvas e dos ventos, assemelhando-se a montes de areia, mas onde existiam palácios decorados com relevos representando os deuses, mitos e rituais. A pirâmide conhecida por Huaca Larga é considerada a maior pirâmide de adobe da América do Sul, provavelmente com funções administrativas e religiosas. Visitamos o Museu do Sítio, onde estão expostos os objetos encontrados nas escavações das pirâmides.



Após o almoço em Ma’ Kasa, onde experimentei pato com arroz, entre outras comidas típicas da região seguimos para uma visita ao Museu Tumbas Reales de Sipán


O Museu foi Inaugurado em 2002 com forma piramidal, semelhante às pirâmides moches. É um dos maiores museus da América Latina, inspirado na Huaca Rajada, mausoléu onde foi enterrado o mais importante soberano moche, o Senhor de Sipán, há mais de 1700 anos.

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A última visita do dia foi ao Complexo Arqueológico Huaca Rajada, localizado a 45 minutos de Chiclayo. É o sítio arqueológico onde foram encontradas as tumbas da elite moche e em uma delas, a mais importante, a do Senhor de Sipán.


Dia 6 – Fiz um tour privado a dois museus. Primeiro nos dirigimos à Ferreñafe para visitar o Museu Nacional de Sican e depois retornei à Lambayeque para conhecer o Museu Bruning.


Dia 7 –  Viagem  de Chiclayo até Trujillo em  ônibus da Cruz del Sur.  Saímos da cidade às 8:00 horas da manhã...



Deixando Chiclayo



...À janela, as paisagens desérticas da região.





...De repente, às margens de um riacho, o verde para quebrar a monotonia.




...Cerca de três horas após, chegamos em Trujillo, situada no vale do rio Moche, região que foi centro de brilhantes culturas pre-incas, sobressaindo a mochica (séculos 2 a 7 d.C.) e a chimu (séculos 12 a 15 d.C.). 
...Do terminal rodoviário da Cruz del Sur, segui de taxi até o Hotel Costa del Sol. Um pouco afastado do Centro Histórico, mas excelente nas acomodações. Almocei por la e à tarde aproveitei para fazer um passeio panorâmico no ônibus turístico.


Dia 8 – Pela manhã o motorista da agência me buscou no hotel para, em um tour compartilhado, conhecer, a 8 km de Trujillo,  as Huacas del Sol e de La Luna, centro administrativo e de culto mochica, respectivamente, além do Museu Huacas de Moche, onde estão os objetos encontrados nas escavações. Na hora do almoço fomos a um restaurante turístico, onde tive oportunidade de assistir a  uma dança típica local, a marinera.




À tarde fomos conhecer a cereja do bolo da região, Chan Chan. A cidadela,  declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, foi capital religiosa e administrativa dos chimus, que se desenvolveram quase na mesma área dos mochicas, antes de serem conquistados pelos incas.


De Chan Chan seguimos para Huancacho, a 11 km, balneário conhecido pela gastronomia a base de peixe fresco e pelos “caballitos de totora”, embarcações utilizadas pelos antigos habitantes da região e que se mantém ao longo do tempo.





Seu charmoso  muelle foi construído em 1910 pela família Larco Hoyle.





Dia 9 – Um pouco mais distante, cerca de uma hora de Trujillo, fui conhecer o Complexo Arqueológico de El Brujo, onde se encontram os restos mortais de uma princesa mochica que viveu há 1.700 anos, a Senhora de Cao, e seu rico enxoval funerário exibidos no Museu de Cao.



Dia 10 – Último dia em Trujillo e aproveitei para um novo giro pelo Centro Histórico. Visitei o Museu Museu Arqueológico  e o Museu del Juguete (Brinquedos). 


Museu de Arqueologia


Final da tarde o transfer do hotel me deixou no aeroporto de Trujillo, de onde embarquei para santiago (Chile), com uma conexão em Lima, dando continuidade ao Projeto América do Sul x 5.
Aeroporto de Trujillo

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