Pular para o conteúdo principal

Estado Plurinacional da Bolívia

Sobre o país
Capitais| Sucre (Judiciário) e La Paz (Executivo e Legislativo)
Sistema de Governo| República Presidencialista
Idiomas oficiais| Espanhol, quéchua e aimará. Porém são falados outras línguas nativas
Religião| É um Estado laico, porém o catolicismo é majoritário, mesmo com algum sincretismo.
Fuso horário| – 1 hora(em relação à Brasília).  GMT -4
Moeda| Boliviano
Área| 1.098.581 km² . Possui 9 departamentos que se subdividem em províncias.
Localização|  Está no centro da América do Sul, não tem saída para o mar e é cortado pela Cordilheira dos Andes. Faz fronteira ao norte e a leste com o Brasil, ao sul com a Argentina e Paraguai, a oeste com o Peru e o Chile.
Informações úteis
VistoNão é necessário para cidadãos sul americanos, como turistas, por 90 dias (ingressando por via aérea) e de até 30 dias aos que ingressam por via terrestre (prorrogáveis por mais 30). Os demais devem verificar o que é exigido nos consulados ou embaixadas bolivianas em seus países.
DocumentosÉ suficiente a identidade em bom estado – RG (não vale outro documento de identificação). Pode ser utilizado o passaporte. Mais informações sobre requisitos de entrada aqui e aqui.
Formulário de EntradaQuer esteja chegando por terra, de barco ou de avião, não deixe de ter seu passaporte carimbado (se o estiver usando) e guarde o seu comprovante de entrada no país, que lhe será exigido na saída. Na Alfândega, eventualmente as malas podem ser abertas e revistadas
Vacina| É obrigatório se vacinar contra febre amarela antes da sair do Brasil e, portanto, ter o CIVP (Certificado Internacional de Vacinação).
Seguro de Saúde| Não há exigência, mas considero fundamental para qualquer viagem fora do país.
Rede Consular          Tempo            Câmbio
ClimaO inverno é frio, seco e ensolarado (de abril a setembro) e o verão, mais chuvoso (de outubro a março). Porém, o território boliviano tem um clima, praticamente, regulado pelas variações de altitude ao longo de sua extensão. Na região andinaclima árido e frio rigoroso, temperaturas muito baixas, até negativas e neve. No verão chegam a ter temperaturas amenas durante o dia, mas as noites continuam frias e é a época que chove mais. Na região amazônica, de florestas, a temperatura é elevada (30ºC) ao longo do ano, mas na época das chuvas, estas podem ser abundantes e com muita proliferação de mosquitos. Nos Yungas, chove o ano todo. No Chaco, o clima é semi-árido.
SaúdeLembrar que grande parte da Bolívia está em grandes altitudes, com o risco de ser acometido(a) pelo Mal das Montanhas (soroche). Nesses locais também há uma grande exposição a radiações solares, que chegam a queimar a pele, use protetor solar e labial, além de óculos escuro (a excessiva claridade refletida na neve ou no solo do Salar pode prejudicar a visão). Os vasos frágeis das narinas podem se romper em contato com o ar seco do Altiplano. O soro fisiológico pode ajudar. Hidrate bem a pele e os lábios.
Sabe-se que a higiene alimentar, principalmente a manipulação de alimentos e bebidas é muito duvidosa, em especial nos estabelecimentos de rua. Adote os cuidados necessários para evitar uma intoxicação alimentar ou diarreia do viajante (veja aqui).
Mais informações aqui, aqui e aqui
Segurança| Como em todos os países, na Bolívia há lugares mais seguros que outros. Geralmente na capital e nas cidades maiores pode ocorrer algum tipo de crime. O furto sem violência é o mais comum. Clonagem de cartão, sequestros-relâmpago, assédio contra a mulher já foram registrados, como também golpes onde o larápio se passa por um policial e exige que lhe mostre o passaporte, roubando-o ou pede uma propina. Portanto não entregue o seu documento a ninguém. No máximo uma cópia, se tiver em mãos.
Tráfico de drogas existe, principalmente nas fronteiras. Alagamentos nos períodos de chuvas podem ocorrer em algumas regiões, como também erupções vulcânicas. Porém, os mais frequentes riscos encontrados neste país são bloqueios de estradas ou manifestações políticas violentas, por conta dos graves problemas sociais que existem. Fique atento e se informe da situação política e climática antes e durante a viagem, através de sites e jornais.
Não custa lembrar e por em prática todos os cuidados que se deve ter quando se sai pelo mundo a fora (aqui). Na Bolívia, em transportes mais alternativos (até alguns ônibus), é comum o bagageiro ser externo, no teto. Ter uma atenção redobrada com sua bagagem, pois além da possibilidade de ser roubada, pode ficar molhada pela chuva ou mesmo cair pela estrada (mais raro).



Eletricidade e TomadasA voltagem predominante é 220v, mas em La Paz é 110v. O tipos de tomadas utilizadas são a A e a C.
tomadas

Transportes|
Aéreo: A entrada na Bolívia geralmente é por  Santa Cruz de La Sierra, (BoAGol), que será escala para  La Paz. A Gol mantem uma rota para Santa Cruz de La Sierra. Atualmente a LATAM não faz trajetos diretos e sim com conexões em outros países (Lima, Santiago) haja paciência.
Há algumas companhias que possuem rotas domésticas  e regionais entre as principais cidades como a BoAAmaszonasEcojetTAM
Rodoviário  os veículos tradicionais, geralmente ônibus relativamente confortáveis (outros nem tanto), com passagem comprada no guichê da  própria empresa na rodoviária da cidade (se houver) ou com o cobrador, no estacionamento ou garagem da companhia. O mais confortável é o bus-cama, assento bem reclinável, pode ter ou não banheiro a bordo (pode estar com defeito, também) independente da distância que vá percorrer, alguns dispõem de música ou filmes. Geralmente são mais caros, mas nem tanto.


Rodoviária de La Paz
Na outra categoria estão os transportes alternativos (camionetes, micro-ônibus, vans e “taxi coletivos), geralmente precários e ficam aguardando completar o número de passageiros para dar início à viagem, que pode ser uma verdadeira aventura. Vans de agências de turismo ou hotéis, confortáveis e velozes podem ser utilizadas no transporte para trajetos turísticos mais curtos.
A malha rodoviária é razoável, mas se pode ter trechos muito ruins, quer sejam pelo estado de conservação, por queda de barreira ou pelas características geográficas (subidas e curvas), que podem transformar uma viagem de 100 km em um calvário de longas horas. Mas no geral, a paisagem deslumbrante compensa. Ultimamente se tem investido e melhorado bastante a infraestrutura de transporte.


Rodovia para Uyuni
Apesar de ser bastante irregular, com a predominância de pequenos ônibus (“jardineiras”), recentemente o transporte urbano em La Paz tem se modernizado com a inauguração sistema de teleféricos “Mi Teleférico”  e um novo sistema de ônibus “La Paz Bus“.



∴ É difícil comprar passagem de ônibus com antecedência e é até recomendável comprar na hora em que for viajar. De um dia para outro muita coisa pode acontecer (bloqueio de estrada por protesto, queda de barranco ou chuvas). Quando for comprar pechinche, sempre pode sair mais barato.
 Não confie muito nos horários divulgados pela maioria das empresas de ônibus e muito menos no número do seu assento, pois eles costumam vender duas passagens para o mesmo.
 A taxa de embarque é paga separada da passagem e em outro guichê.
∴ Veja os alertas para quem faz viagem terrestre (aqui)
Atenção! Todas as informações aqui oferecidas foram atualizadas entre 2010-2016. Recomendo que ao se programar para ir à Bolívia, certifique-se se houve alguma mudança. O que aqui foi relatado resultou de uma ampla pesquisa em livros, guias e sites oficiais, além do que vivenciou a autora deste blog quando esteve na Bolívia.
Ferroviário: A Bolívia tem mais de 3.7 mil km de ferrovias. No momento existem duas linhas principais: El Tren Del Progreso, que liga Puerto Quijarro (fronteira com o Brasil) a Santa Cruz de La Sierra, o famoso “Trem da Morte”. Empresa Ferroviaria Andina S.A. (FCA), que segue de Oruro a Villazon, próximo a fronteira com a Argentina.



HospedagensNa maioria das cidades, principalmente as de maior porte e turísticas você pode encontrar de residenciales (hostales) a hotéis de melhores categorias. O que nem sempre ocorre em lugares menores que podem só dispor de hotéis simples ou hospedagens baratas.

Hotel em Copacabana
Câmbio & Custos| Em quase todas as cidades há caixas automáticos, casas de câmbio e bancos. Há a modalidade de cambista de rua oficial, em ponto fixo (geralmente mulheres). Muitos estabelecimentos aceitam cartão de crédito das principais bandeiras, de débito e pre-pago (usei o Visa Travel Money, sem problemas, na cidade de Copacabana).
Apesar de não ter tido problemas com o uso de cartão para saques, lembrar que as máquinas podem apresentar problemas. A moeda mais aceita é o dólar, em segundo lugar, o euro. O Real pode ser trocado nas fronteiras com o Brasil, em La Paz e algumas outras cidades. É bom ter sempre dinheiro vivo (bolivianos).
Mesmo que você seja um viajante mais exigente e opte por acomodações de maior padrão, transporte e serviços  melhores, uma viagem pela Bolívia é bem mais barato em comparação aos países vizinhos.
Informações adicionais
Entendendo a História|
Conhecendo um pouco mais| aspectos geográficos, econômicos e populacionais
A composição étnica do povo boliviano é dividida em indígenas (55%, mais pobres, com maioria de quéchuas e aimara), descendentes dos espanhóis e outras nacionalidades (15% e mais ricos) e os mestiços (30%, parcela da classe média).


O relevo boliviano é  diversificado, porém há algumas regiões bem determinadas, como a Andina (28% do território) marcada pela Cordilheira dos Andes, que se divide em duas seções, a Ocidental (delimita toda a fronteira com o Chile) e a Oriental ou Real. Entre elas se encontra o Altiplano Boliviano, com altitude média de 3,5 mil metros e onde vive a maioria da população indígena do país. É nessa região que se situa o Lago Titicaca, o lago navegável mais alto do planeta e os grande salares, entre eles o belo Uyuni. Ficam nessa região La Paz, Copacabana, Uyuni, Potosi e é onde vivem 70% dos bolivianos.



Nas encostas orientais dos Andes estão vales vertiginosos (13% do território), os “Yungas“, com altitude média 2,5 mil metros. Arborizada e bem irrigada se caracteriza pela atividade agrícola. É onde se encontram Cochabamba e Sucre. Os 59% restantes do território estão ocupados pelas terras baixas, ao norte, Pampas e Amazônia com áreas de pastagens e floresta tropical Amazônica, respectivamente, e no sudeste, o Chaco,: uma região pantanosa, onde há petróleo.
Do ponto de vista econômico o país tem uma atividade agrícola pobre (2% do solo é cultivado), não produzindo o suficiente para suprir a demanda interna. Nos Andes se pratica agricultura de subsistência, nos Yungas e terras baixas, cultivam-se produtos tropicais (cana-de-açucar, soja, batata), mas é a coca, exportada ilegalmente, que rende os maiores lucros, tornando o país um dos maiores fornecedores mundiais da matéria-prima para a produção de cocaína.  O pasto, com criação extensiva, ocupa uma grande área do território (31,1%), a grande floresta (48,9%) é explorada indiscriminadamente e 18% do solo é improdutivo.
A Bolívia possui um subsolo bastante rico, o que incentivou a colonização espanhola na região. Após séculos de exploração, a atividade mineradora é o pilar da economia do país, com reservas de petróleo, gás natural, prata, ouro e estanho. O setor industrial é pouco desenvolvido, exceto pelas instalações ligadas à mineração. Dentre os grupos indígenas, o artesanato é uma atividade significativa.
Como uma das nações mais pobres do continente, possui indicadores demográficos típicos de nações pouco desenvolvidas: tanto o índice de natalidade quanto o de mortalidade infantil são altos, contrabalançados, mantêm a densidade populacional entre as mais baixas da América do Sul.
O país integra a Comunidade Andina, bloco econômico formado pela Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
Cultural
  • City of Potosí
  • Fuerte de Samaipata
  • Historic City of Sucre
  • Jesuit Missions of the Chiquitos
  • Qhapaq Ñan, Andean Road System
  • Tiwanaku: Spiritual and Political Centre of the Tiwanaku Culture
Natural
  • Noel Kempff Mercado National Park


Minha viagem à Bolívia aqui

Para ver os posts sobre o Peru click aqui









Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Arte Cusquenha

Ao conquistar Cusco em 1534, os espanhóis não só iniciam mudanças profundas na história política do Império Inca, como também transformações na história da arte americana. O encontro de duas culturas fez surgir uma nova expressão artística, tendo a pintura colonial desenvolvida na cidade peruana de Cusco como resultado da confluência da tradição barroca trazida pelos colonizadores espanhóis com a arte dos indígenas americanos. Com o objetivo de catequizar os incas, muitos missionários partem para a colônia para converter a alma pagã à religião católica. Para isso utilizaram a pintura como arte eclesiástica. Assim escolas foram criadas, dando origem ao primeiro centro artístico pictórico das Américas. A grande maioria das obras da Escola de Cusco se refere a temas sacros, onde a imagem aliada à palavra seria o único meio de difundir o catolicismo. Assim estão presentes nas obras a glorificação de Jesus, a Virgem Maria e santos, o Juízo Final com as glórias do Paraís

Os Megalitos de Tiwanaku

Principal sítio histórico da Bolívia, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade em 2000 pela Unesco. As ruínas são de uma das mais importantes civilizações pre-colombianas que se desenvolveu no Altiplano Boliviano. Apesar de ainda ser controverso, acredita-se que esse povo tenha surgido de uma aldeia que vivia da agricultura baseada em plataformas de cultivo  por volta de 1200 a.C. Teve o seu apogeu entre o século  5 e 10 da nossa era, quando desenvolveu a metalurgia (uso do cobre na produção de ferramentas) e o comércio. Não se sabe o motivo, mas teria desaparecido definitivamente no século 12. Especula-se que a ocorrência de alterações climáticas tenham contribuído para a sua extinção. Mesmo assim os demais povos do Altiplano, inclusive os incas, tiveram forte influência dessa cultura. Durante séculos o poderoso império que dominou o altiplano construiu um sofisticado complexo arquitetônico, parte dele representado pelas ruínas hoje expostas. O aspecto monum

Uxmal, obra-prima da Arquitetura Maia

Pouco se sabe da origem dessa cidade-estado maia, no entanto se conhece como a época do seu apogeu a última fase do Período Clássico (entre 800 e 1000 d.C.), quando as poderosas cidades-estados maias, Palenque, Copán e Tikal, estavam sendo gradativamente abandonadas. Poderosa, Estendeu seu domínio até as cidades vizinhas de Kabah, Labná, Xlapac e Sayil, juntas se destacaram no emprego de uma arquitetura refinada e elegante, conhecida como "estilo puuc". Acredita-se que Uxmal foi o centro que alcançou o maior desenvolvimento político e econômico da área puuc. Ao contrário de outras regiões da Península de Yucatán, não possuía cenotes e havia escassez de água, podendo ser esse o motivo de tantas esculturas dos deus da chuva, Chac,  nas fachadas de suas construções, atestando a importância desse culto. De todos os sítios maias, esse foi o que achei mais fascinante. É notável a mistura estilística, onde estão presentes elementos maias e toltecas (expressa