República do Peru

Sobre o país

Capital| Lima

Sistema de Governo| República Presidencialista

Idiomas oficiais| Espanhol. No entanto, nas regiões onde exite uma grande concentração de indígenas e mestiços também se fala quéchua. O aimará é utilizado por nativos na região de Puno.

Religião| Mais de 85% da população adota o catolicismo.

Fuso horário| – 2 horas (em relação à Brasília)

Moeda| Nuevo Sol, sol (como é chamada; soles:plural)

Área| 1.285 215 km². Possui 24 departamentos ou regiões, além de uma província constitucional, Lima-Callao

Localização| É o terceiro maior país da América do Sul. Faz fronteira com Equador e Colômbia, ao norte; com o Brasil e Bolívia, a leste e com o Chile, ao sul. O Pacífico banha toda a sua costa de 2.400 km, a oeste.

Informações úteis

Visto| Não é necessário para turista até 90 dias. Mais informações aqui e aqui

Documentos| É suficiente a identidade - RG- em bom estado (não vale outro documento de identificação). Pode ser utilizado o passaporte, o que é minha escolha.

Formulário de Entrada| "Tarjeta Andina de Migrações (TAM)". Documento que informa a data de entrada no país. Será solicitada no momento da saída e sempre é pedido nos hotéis. Cuidado para não perder!

Vacina| Certificado Internacional de Vacinação (não exigem). É prudente se vacinar contra febre amarela e ter todo o calendário de vacinas atualizado.

Seguro de Saúde| Não é exigido, mas é recomendado ter um. Ao viajar se informe sobre os regulamentos ou requisitos de imigração, já que sempre está havendo mudanças.

Rede Consular Tempo Câmbio

Clima| A geografia diversificada influencia nas diferenças climáticas. Na costa, ao norte, pouco chove e os dias são ensolarados o ano inteiro. Ao sul há duas estações bem definidas: inverno (abril a novembro) com dias nublados e chuvoso e verão (dezembro a março) com dias quentes e ensolarados. A serra no inverno tem variação climática muito ampla onde a manhã pode ser quente e a noite, gelada. No verão os dias são nublados e as chuvas frequentes. A selva apresenta um clima úmido, com temperatura geralmente elevada e chuvas em boa parte do ano (novembro a abril), causando elevação do nível dos rios.

O Peru sofre, geralmente a cada 7 anos, o fenômeno El Niño, que se caracteriza por grande e súbita alteração das correntes oceânicas e níveis da água do mar, como também alterações no clima de efeitos mundiais, provocando tempestades de chuva e vento, com grandes inundações.

Saúde| Nas grandes altitudes andinas há o risco de ser acometido (a) pelo Mal das Montanhas (soroche). Nesses locais também há uma grande exposição a radiações solares, que chegam a queimar a pele, use protetor solar e labial, além de óculos escuro (a excessiva claridade refletida na neve pode prejudicar a visão).

Em algumas regiões (principalmente na Amazônia Peruana) há risco de se contrair Febre Amarela e Malária. Para a primeira fazer a prevenção com a vacina específica (veja aqui), a segunda, como ainda não existe esta forma de se prevenir, tomar as precauções necessárias para evitar a picada do inseto.

Sabe-se que a higiene alimentar, principalmente a manipulação de alimentos e bebidas é duvidosa, em especial nos estabelecimentos de rua. Adote os cuidados necessários para evitar uma intoxicação alimentar ou diarreia do viajante.
Mais informações aqui, aqui e aqui.

Segurança| Alguns lugares são mais seguros que outros, tendo Lima, a capital, como mais perigosa, onde geralmente se fala em furto sem muita violência. Das duas vezes em que lá estive não me senti insegura.

Por conta de ainda existir elementos vinculados ao grupo terrorista Sendero Luminoso, com frequência ligado ao narcotráfico, deve-se evitar deslocamento para as áreas onde ainda possa existir atuação (Serra Central e junto a fronteira com a Colômbia). Por questões sociais, não raro ocorrem bloqueio de estradas, paralisações, greves e até manifestações violentas.
Mais informações aqui

Eletricidade e Tomadas| A voltagem é 220 v. O tipos de tomadas utilizadas são a A e a C.

Transportes| Se a locomoção for por via aérea, o Peru dispõe de algumas companhias, além da LATAM, com rotas entre as principais cidades (StarPeru, Peruvian, LCPeru). É seguro e relativamente barato. Uma boa opção para grandes deslocamentos.

Já fiz algumas viagens de ônibus no Peru e não tenho o que reclamar. É fato que sempre escolhi as melhores empresas, mas segurança e um certo conforto são fundamentais para viagens por terra. Como meio de transporte mais utilizado, há empresas que atuam em determinada região e algumas de alcance nacional. As maiores têm terminais próprios, ônibus com diferentes classes de serviços (opte pelo VIP) e vendem o bilhete por site. Obviamente são mais caros do que os ônibus de empresas menores (com serviço que deixa a desejar, como também no item segurança).

Em todas as vezes que utilizei as empresas de ônibus com terminais próprios, a bagagem é despachada previamente (como se fosse embarque em aeroporto), antes de subir no ônibus temos as bolsas de mão revistadas com detector de metais e após todos serem embarcados, sobe um funcionário com uma câmera na mão filmando todos os passageiros. Gostei dessas medidas de segurança.

Linea, Cruz del Sur, Ormeño, Oltursa, Movil Tour, Tepsa, Emtrafesa, Peru Bus, são as empresas mais conhecidas. Mas fique atento, pois existem empresas ilegais. Uma opção para viajar pelo Peru é usar o Peru Hop.

Uma outra categoria de transporte terrestre são os coletivos. Geralmente vans ou combis, nem sempre em bom estado de conservação. Normalmente só partem quando estão com a lotação quase completa e no caminho há parada para subida e descida de passageiros. É um meio muito utilizado pela população local e são mais baratos. Em alguns casos é a única opção no momento. Foi o que aconteceu comigo ao me deslocar de Iñapari até Puerto Maldonado.

Viajar por terra é uma uma experiência inesquecível. Além das maravilhosas paisagens, da passagem por vilarejos típicos, dificilmente se escapará das subidas por serras e estradas sinuosas.

Rodovia do Pacífico

Como no Brasil, quem vive na região da Amazônia Peruana as vezes só tem como forma de deslocamento o barco entre as localidades, que podem ser lanchas pequenas ou barcos maiores. Para as ilhas do Lago Titicaca o aceso se faz por lanchas convencionais, mas para um curto passeio nas Ilhas Uros se pode utiliza os barcos típicos feitos de totora.

Para se chegar em Machu Pichu, se não for pela trilha ou por meios alternativos, necessariamente terá que usar o trem em algum momento. Para isso existem apenas duas empresas: Peru Rail e Inca Rail. A Peru Rial também opera de Cusco a Puno. Uma outra empresa faz um trajeto de Lima a Huancayo, em dias determinados (Ferrocarril Central Andino).

Andar de taxi no Peru é barato. Porém fique atento pois há muitos clandestinos e velhos. Não existe taxímetro e o preço deve ser acordado previamente. Para se ter ideia sobre um preço justo no seu deslocamento, peça informação antes de quanto valeria a corrida. Eu procurei só usar taxi oficial em Lima, mas nem sempre isso aconteceu. Na verdade não tive problemas usando o taxi comum e com certeza, os oficiais procuram te cobrar bem mais do que vale a corrida (cheguei a pagar, para o mesmo trajeto, três vezes mais no taxi oficial). Mas é sempre bom ter a segurança no transporte credenciado.

Um outro tipo de transporte que existe no Peru, principalmente em menores cidades é o “moto taxi no estilo “tuk-tuk” asiático. É barato, mais rápido e algumas vezes a única opção para alguns lugares.

Hospedagens| Nas cidades, principalmente as turísticas, dificilmente você ficará sem um lugar para ficar. O leque de possibilidades é amplo, desde hostel com banho e dormitório compartilhado a hotéis luxuosos.

Hotel Costa del Sol/Trujillo

Câmbio & Custos| O Peru não é um país caro, mas é fato que recentemente, entre 2011 e 2016, houve uma elevação nos preços. Há caixas automáticos, casas de câmbio e bancos em quase todas as cidades. Muitos estabelecimentos aceitam cartão de crédito das principais bandeiras, de débito e pre-pago (usei o Visa Travel Money, sem problemas).

Apenas na fronteira com o Brasil (Iñapari) fiz câmbio de real por soles com uma cambista na rua. Em Puerto Maldonado, troquei dólar por soles em um banco. Na rodoviária de Tacna voltei a fazer câmbio tanto de dólares, quanto de pesos chilenos por soles. Na segunda vez em que fui ao Peru (2016), cambiei 100 dólares ao chegar no aeroporto de Lima. Depois só fiz saque na moeda local usando cartões pré-pagos (principalmente nos hotéis em que fiquei hospedada).

Informações adicionais

Entendendo a História| Terra do ouro, da prata e dos incas. De passado rico em história (veja aqui, aqui e aqui), de fascinantes e variadíssimas belezas naturais. Mas também vulnerável a uma natureza inclemente, cuja força é mostrada na forma de terremotos, furacões e tsunamis.

Conhecendo um pouco mais| Aspectos geográficos, econômicos e populacionais

O território é dividido em três zonas geográficas bem distintas:

Costa do Pacífico – Constituída por uma planície árida é região mais habitada, industrializada e urbanizada, onde estão as principais cidades do país e 52% da população

Serra – Formada pelos Andes, composta por montanhas escarpadas e vulcões, além do altiplano (planalto de grande altitude, chega a ultrapassar 4.000 m). Onde vivem 37% da população, na maioria índios e mestiços (de branco com índios). Apesar de boa parte ser zona rural, o “progresso” vem aos poucos mudando a vida dos nativos.

A região amazônica – Ocupando mais da metade do país e com 11% da população. É a área ainda fora do processo de modernização. Mas empresas de petróleo, madeira e criadores de gado, além dos produtores de cocaína e novos colonos têm provocado desequilíbrios cada vez maiores.

O país possui montanhas ricas em minérios (zinco, cobre, ouro, chumbo e prata) cujo beneficiamento é a base da indústria, concentrada na costa, cujas águas estão repletas de vida marinha, fazendo da pesca uma importante atividade econômica. A agricultura tem na batata, arroz, cana de açucar e milho seus produtos em destaque. Na região serrana se pratica a pecuária. Na floresta se exploram madeira e especiarias. Porém, estima-se que o produto mais rentável seja a coca. O turismo responde por uma boa parcela dos empregos e investimentos.

Sede do Império Inca, o país é de maioria indígena. Entretanto, a miscigenação com europeus, negros e, nas últimas décadas, com asiáticos, tem sido uma constante. Existe uma clara divisão de classes, com os indígenas em desvantagem e o poder político e econômico nas mãos de uma minoria branca e mestiça