Considerado um dos países mais pobres da América do Sul e carente de uma boa infraestrutura ainda não atrai uma grande parcela de viajantes que, apesar de optarem por destinos "exóticos", preferem desfrutá-los junto ao conforto oferecido pelos países vizinhos, como o Chile e o Peru.
Talvez sejam essas as causas de ter encontrado, na esmagadora maioria, apenas jovens mochileiros por aqueles caminhos. Mochileira não sou e nem muito jovem, mesmo assim resolvi enfrentar essa aventura. Mas confesso que fui à Bolívia com um certo receio por conta das poucas informações que temos de lá e não conhecia quem já tivesse ido, apenas relatos que li na internet, nem todos positivos.
Apesar de tanto se falar dos meios de transporte precários e até de desonestidade, não tive qualquer problema ou mesmo situação que desabonasse o caráter daquele povo. Um povo humilde que ao longo de sua história luta para preservar a sua identidade cultural indígena, plenamente marcada nos traços fisionômicos da maioria de sua população e nas crenças e costumes herdados dos povos que por lá viveram antes da chegada dos espanhóis.
Com relação a hospedagens, posso afirmar que na Bolívia, principalmente em La Paz e cidades maiores há várias opções. No entanto, é fato, o tour pelo Salar de Uyuni não é para todos. Vale salientar que por estar viajando sozinha, optei por ficar em hotéis e usar transportes que me dessem garantia de segurança, mesmo que tenha gasto um pouco mais para isso.
Na verdade o país superou a minha expectativa. Muito rico em belezas naturais, apesar da infraestrutura ainda precária nas regiões mais afastadas da capital, por lá pude encontrar montanhas, vulcões, deserto propriamente e regiões secas com formações rochosas de formato peculiar, deserto de sal e lagoas coloridas. Mas há também cânions e florestas tropicais.
Portanto, para os que tiverem interesse em desbravar as terras bolivianas e estiverem dispostos a conhecer paisagens deslumbrantes, uma cultura rica, costumes ancestrais interessantes e a abrir mão de algum conforto em certas regiões, nada como desbravar as belezas do Altiplano Boliviano. Mas antes recomendo que se informe um pouco sobre a Bolívia.
Quando ir| Para não ter sua viagem complicada por conta das chuvas, a melhor época para ir é no inverno (entre maio e outubro), pois apesar das baixas temperaturas, os dias são ensolarados. No entanto, é no período das chuvas que o Salar de Uyuni tem o seu visual mais espelhado (veja aqui), mas também pode ficar completamente alagado, dificultando o acesso. Se for visitar as terras baixas é melhor ir entre os meses de maio e setembro. Por fim, se for percorrer diferentes regiões da Bolívia, lembrar que devido às diferenças de clima, é recomendável levar roupas para as diferentes temperaturas.
Como Ir|
Do Brasil
De avião: A entrada na Bolívia geralmente é por Santa Cruz de La Sierra, (BoA, Gol), que será escala para La Paz. Outras empresas aéreas (LATAM), atualmente não fazem trajetos diretos e sim com conexões em outros países (Lima, Santiago) haja paciência!
Por barco: De Rondônia se pode chegar à Bolívia atravessando o Rio Madeira-Mamoré. Para isso é necessário se dirigir até Guajará-Mirim (cerca de 3:30 h de Porto Velho), atravessar o rio em “voadeira”, pequena embarcação movida a motor com espaço para cerca de 20 pessoas, e em 5 minutos já se encontrar do outro lado da fronteira, na cidade Guayaramerín (localizada na província de Beni).
Por rodovia: Pode-se ingressar na Bolívia por meio rodoviário, fazendo a travessia no Acre, onde se chega à cidade de Cobija, que faz fronteira com Brasileia e Epitaciolândia (onde se encontra o posto da Polícia Federal). Dali seguir de avião para La Paz.
No Mato Grosso existe uma fronteira através de Cáceres (230 km de Cuiabá). São 5 km até o exército de fronteira boliviano, porém esse trecho é sem policiamento e ruim, um verdadeiro território sem lei, que dificulta a viagem até a primeira cidade boliviana, San Mathias, de onde há saídas para Santa Cruz de La Sierra.
Hoje em dia já existe ônibus que parte de São Paulo e atravessa a fronteira em Corumbá com destino a Santa Cruz de La Sierra e dali se pode seguir em direção a La Paz. A empresa é a La Preferida Bus. Atravessando essa mesma fronteira, também se pode chegar até Puerto Suarez, partindo-se do Rio de Janeiro na empresa Andorinha.
Rodoviária de La Paz |
Trem: É o acesso mais conhecido e muito utilizado pelos mochileiros. Cansativo e necessita de muita disposição para a aventura.
Primeiro é necessário chegar a Corumbá, no Mato Grosso do Sul (fronteira com a Bolívia). Ir até a borda em taxi ou ônibus, onde está o posto da Polícia Federal. Em seguida, atravessar a fronteira (a pé), após fazer o trâmite de saída do Brasil. Entrar na Bolívia, com o passaporte carimbado no serviço de imigração (se não estiver com o RG), e não esquecer do comprovante de entrada, que será devolvido quando deixar o país. Finalizando com a passagem na alfândega.
O Passo seguinte é se dirigir à estação de trem em Puerto Quijaro e embarcar com destino à Santa Cruz de La Sierra e dali utilizar ônibus ou avião para vários trechos (Cochabamba, La Paz). El Tren Del Progreso (antigo “Trem da Morte”).
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Mas se você estiver em viagem por um dos países que fazem fronteira com a Bolívia, terá algumas opções:
Da Argentina: A travessia por terra se dá a partir de La Quiaca, cruzando a fronteira até Villazon. Dali pode seguir de trem até Oruro, passando por Tupiza e Uyuni. Porém não há trem todos os dias (veja aqui). A outra opção é ir de ônibus ou transporte alternativo.
Do Chile: Uma opção para quem estiver próximo da fronteira, é sair de San Pedro de Atacama em um tour que leva até Uyuni, atravessando o Salar de Uyuni. Eu fiz a viagem em sentido inverso, isto é de Uyuni a San Pedro de Atacama (veja aqui)
Do Peru: Se estiver nas imediações do Lago Titicaca pode fazer a travessia como eu fiz( veja aqui).
Na fronteira| No Serviço de Imigração, quer esteja chegando por terra, de barco ou de avião, não deixe de ter seu passaporte carimbado e guarde o seu comprovante de entrada no país, que lhe será exigido na saída. Na Alfândega, eventualmente as malas podem ser abertas e revistadas.
Na fronteira| No Serviço de Imigração, quer esteja chegando por terra, de barco ou de avião, não deixe de ter seu passaporte carimbado e guarde o seu comprovante de entrada no país, que lhe será exigido na saída. Na Alfândega, eventualmente as malas podem ser abertas e revistadas.
Para Entrar no clima|
- É bom saber antes de ir
- Dicas do Salar de Uyuni e de Copacabana boliviana
- Livros
- Filmes
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