Como se tornou um objetivo conhecer a América do Sul em toda a sua extensão, iniciei uma pesquisa sobre os lugares por onde poderia começar. Apesar de saber a maioria das cidades que seriam contempladas, estava difícil definir qual seria o roteiro definitivo.
Porém o que influenciará na decisão do rumo a seguir, será a viabilidade dos meios de transporte, os preços das passagens, hospedagens e passeios, além das circunstâncias que por ventura existam na ocasião. Muito embora não será um roteiro rígido e mudanças poderão ocorrer, com relação a gastos, passeios ou rotas, afinal é justamente para ter a liberdade de ir e vir que tentarei fugir dos pacotes convencionais das agências.
Dos países sul americanos, o Chile tem o território mais estreito, com dois extremos magníficos: o norte, com o Deserto do Atacama, e o sul, com o Parque Nacional Torres Del Paine. Entre eles, lagos, vulcões, montanhas, praias e bonitas cidades, como Santiago, a capital. Esta, eu já tive o prazer de conhecer em setembro de 2002. Ver a Cordilheira dos Andes me deixou fascinada com tamanha exuberância! De Santiago a Valparaíso e Viña Del Mar, em pouco mais de uma hora e estava contemplando o Pacífico... Foi nesse momento que, pela primeira vez, ouvi falar na beleza dos gêiseres e me despertou o desejo de conhecer aquele deserto.
Na Argentina, o sul da Patagônia (Ushuaia, El calafate e El Chaltén) estaria no roteiro e, provavelmente a lendária Rota 40. Mas há muito mais para conhecer...
Para a Bolívia não conseguia definir o sentido que seguiria a partir de Santa Cruz de La Sierra, pois até aí era provável que chegasse no famoso “Trem da Morte”. Pela internet encontrei uma agência que faz a reserva para esse percurso. Parece ser confiável e seria prudente não arriscar chegar à fronteira e não conseguir passagem. A dúvida estava no rumo que deveria tomar na Bolívia, que sempre acreditei ser um país muito pobre, sem atrativos.
Santa ignorância! Possui cidades históricas, como Sucre e Potosi, o fascinante Salar de Uyuni, maior deserto de sal da Terra, as belas lagunas coloridas, o lago navegável mais alto do mundo, o Titicaca, que é dividido com o Peru. Além de La Paz, sua capital e a mais alta do mundo.
Com tanto para se ver, seria melhor seguir para La Paz, via Cochabamba, chegar a Copacabana e daí entrar no Peru, ou seguir para Uyuni, passando por Sucre, Potosi e, atravessando o Salar de Uyuni, chegar ao Deserto do Atacama, entrando no Chile, como faz uma grande parte dos viajantes por aquelas bandas?
No Peru há muito para se ver! Machu Picchu, a cidade perdida dos incas é a maior atração, mais não é a única. Há a histórica Cusco, Arequipa com suas construções branquinhas em pedra vulcânica. O enigma das Linhas de Nasca. As Ilhas flutuantes de Uros, que são construídas com a totora, no Lago Titicaca, em Puno O Canyon Del Colca, um dos cânions mais profundos do mundo... Enfim, haja beleza ! E lá irei eu...Não deixando de fazer uma visita à capital, Lima.
Da Colômbia o que se houve falar é da violência desencadeada pelo tráfico de drogas. Mas sei que o país é muito mais que isso. Cartagena das Índias está lá, beirando o Mar do Caribe. La também se encontra Bogotá, a capital, e seu interessante Museu do Ouro.
Equador, o pequenino país que como o Chile não possui fronteiras com o Brasil, tem na sua exuberância natural, com seus diversos vulcões que enfeitam suas paisagens e a famosa Ilha de Galápagos os seus maiores atrativos. Mas vale ressaltar que o apreço do seu povo pela manutenção de suas tradições é charme a mais. E não custa nada lembrar, o "Chapéu Panamá" de Panamá nada tem. Pois é, esse famoso acessório é fabricado ali, no Equador. Então, por que não conhecer Quito e Cuenca?
O Uruguai e o Paraguai estão ali, bem perto e talvez por isso um pouco esquecidos. Mas não ficarão de fora. Afinal gostaria de rever Montevidéu e conhecer Colônia do Sacramento, como também Assunção e algumas ruínas das Missões Jesuíticas Paraguaias. Pois quando estive em terras paraguaias foi apenas na fronteira, um bate e volta a partir de Foz do Iguaçu, para umas comprinhas na antiga Puerto Presidente Stroessner, atual Cidad del Este.
A Venezuela chama atenção pelo que tem de natureza. O Monte Roraima e o Salto Angel, a maior queda de água do mundo, estão no seu território, que apesar da conturbada política é um destino que não deve ser dispensado. Quando as coisas por lá se acalmarem, farei uma visita.
E como uma das melhores fases de um projeto é o planejamento, talvez a melhor, pois é o momento em que se pode tudo, onde todos os lugares serão acessíveis e teremos toda a disponibilidade de recursos, nada melhor do que traçar roteiros mundo a fora. Bom, sonhar não custa nada...
E enquanto o virtual não se transformava em real continuei planejando a primeira parte desse projeto. Apesar das possíveis dificuldades advindas e, conseqüentemente, mudanças que pudessem ocorrer, a América do Sul seria contemplada em momentos diferentes.
Partirei do Brasil para conhecer as belas paisagens dos nossos vizinhos. Cenários diferentes, montanhas de picos nevados, desertos radicalmente áridos, vulcões, cânions, lagos, gêiseres, parques, sítios arqueológicos, cidades históricas, pequenos povoados indígenas, uma fauna e flora exuberante, além da miscelânea cultural de povos e etnias.
Decidi que o sul da Argentina e do Chile seria percorrido inicialmente. Em um momento posterior, outro rumo tomarei, chegará a vez da Bolívia, sul do Peru e norte do Chile. Por fim, num terceiro momento, norte do Peru (aqui), Colômbia, Equador, Venezuela e depois Paraguai e Uruguai... (2008).
Roteiro Executado entre 2009 e 2013
ROTA 1:Patagônia Argentina e Chilena
ROTA 2 - Caminhos Andinos
ROTA 3 - Equador & Colômbia
Roteiro executado em 2016
ROTA 4 - América do Sul x 5
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